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 A ditadura Chegou ao campo

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MensagemAssunto: A ditadura Chegou ao campo   A ditadura Chegou ao campo EmptySeg Abr 16, 2012 9:48 am

"A ditadura chegou ao campo" por Daniel Deusdado
Para:


A ditadura chegou ao campo
por Daniel Deusdado


Sei que é difícil atrair a atenção dos leitores para um assunto como
este: "sementes". Mas das sementes e da liberdade de as plantar
depende uma boa parte do nosso futuro porque 75% da biodiversidade
agrícola foi extinta no século XX e as coisas não vão ficar por aqui.
O esmagador poder financeiro da indústria química quer multiplicar
leis, por todo o Mundo, para impedir os agricultores de serem livres
de usar as sementes não certificadas nas colheitas seguintes. A
espiral é terrível: quanto menor produção agrícola com sementes
ancestrais, pior comeremos.

Num filme notável chamado "Food Inc." (Comida, Lda.) os autores
mostram, por exemplo, como a multinacional Monsanto consegue perseguir
e levar à falência vários produtores rurais. O argumento é simples: se
no campo deste agricultor houver plantas cultivadas com sementes
Monsanto e ele não for cliente da empresa, é processado por estar a
usar sementes patenteadas, mesmo que elas tenham sido propagadas pelo
vento e estejam misturadas com as suas. A natureza passou a ter
'dono'.

A Monsanto é a mais importante empresa mundial produtora de
transgénicos. Atrai os agricultores através de um marketing aliciador
de melhores colheitas. Mas os alimentos obtidos a partir de sementes
alteradas laboratorialmente, cujo ADN não é compreendido pelos
organismos humano ou animal, arrastam interrogações que não
compreendemos antecipadamente. Foi assim que se alimentaram herbívoros
com rações à base de carne e se rompeu uma lei da natureza. Esta
experiência foi um dos motivos apontados para o surto da doença das
vacas loucas.

As culturas transgénicas estão já na mesa de pessoas de todo o Mundo.
Surgem em coisas tão importantes como a alimentação dos bovinos (por
exemplo, na carne importada do Brasil ou da Argentina), na soja,
arroz, milho ou em algo tão simples como o mel produzido por abelhas
próximas de campos transgénicos. Um relatório da Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) dizia recentemente
que a maioria dos alimentos consumidos no mundo ocidental provém
apenas de 12 espécies de plantas e cinco espécies de animais, apesar
de terem sido catalogadas milhares de espécies comestíveis. Pior:
arroz, trigo e milho constituem 60 por cento da alimentação humana,
sendo estes, na sua esmagadora maioria, provenientes de sementes tão
apuradas que o nosso corpo já não 'lê' estes alimentos como "arroz",
"trigo" ou "milho". Obviamente nem vale a pena falar da 'fast-food' ou
da comida industrial.

Uma médica que o Porto tem a sorte de ter por perto,
escreve há vários anos sobre o caos da alimentação moderna e percorre
o Mundo como oradora em conferências com este tema. E o que diz? "O
nosso corpo tem um histórico de milhões de anos na absorção dos
alimentos e está cada vez mais incapaz de reconhecer o que come. Não
tem as enzimas necessárias à sua digestão e metabolismo. Por isso gera
uma reação inflamatória contra os alimentos porque os considera
'elementos estranhos', como se fossem tóxicos. Essa é uma das razões
porque tanta gente aumenta de peso ou de volume: porque retém líquidos
nesse processo inflamatório. E isso afecta todas as pessoas, incluindo
as magras".

Jude Fanton, da organização "Seed saver (Salvar as Sementes)" disse há
meses ao programa Biosfera, da RTP2 (com o qual trabalho) uma coisa
simples: "Se nos recordarmos do sabor da comida dos nossos avós - as
maçãs, os vegetais, etc. - eles tinham um sabor verdadeiramente forte
e intenso. Isso significa mais nutrição. Essa é talvez a razão pela
qual estamos a engordar. Temos de comer cada vez mais para conseguir
os nutrientes de que precisamos".

A ditadura agrícola e alimentar é este louco processo de quebrar as
regras da natureza em busca de mais rentabilidade. Se fecharmos os
olhos à origem dos alimentos, contribuímos gradualmente para uma vida
cada vez mais tóxica. Essa perda de 'liberdade de escolha' e
'biodiversidade essencial' afeta o ADN humano que não deveríamos
alienar numa só geração. Além disso, replica o modelo económico que
supostamente queremos combater: os lucros ficam com as grandes
multinacionais e as doenças em cada um de nós.

Fonte - JN Online
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